Venda de carros tem melhor resultado em 3 anos e meio

    [Fonte: jornalpágina3]

    O setor automotivo mantém dados positivos em agosto. Informações divulgadas nesta segunda-feira (3) pela Fenabrave, entidade que reúne as distribuidoras de veículos, mostram que houve crescimento de 14,3% nos emplacamentos na comparação com julho.

    O número considera os licenciamentos de carros de passeio, veículos comerciais leves, ônibus e caminhões. O bom resultado em um cenário de fraco crescimento econômico mostra que há demanda reprimida no mercado, motivada pelo envelhecimento da frota circulante.

    Muitos clientes que seguraram a troca de carro nos últimos anos têm agora modelos fora da garantia e defasados em tecnologia na garagem.

    A postura mais agressiva dos bancos também impulsiona o mercado. As financeiras têm oferecido planos com “taxa zero” de juros ou parcelas mais baixas para clientes com crédito na praça.

    As 248,6 mil unidades comercializadas no último mês representam o melhor resultado desde janeiro de 2015, quando 253,7 mil automóveis foram licenciados.

    No acumulado do ano, 1,63 milhão de veículos foram emplacados no Brasil, uma alta de 14,9% sobre os oito primeiros meses de 2017.

    A comercialização no varejo responde por 58,5% dos licenciamentos, percentual que tem se mantido estável em 2018 após o avanço em participação das vendas diretas a empresas, registrado entre 2015 e 2017.

    Líder de mercado, o Chevrolet Onix teve 21.763 unidades emplacadas em agosto, seu melhor resultado desde que foi lançado, no final de 2012.

    As vendas do compacto da General Motors confirmam a retomada dos automóveis populares, que haviam perdido participação com a escassez do crédito. No último mês, 9 entre 10 dos veículos mais vendidos têm preço inicial abaixo de R$ 50 mil.

    Para Alarico Assumpção Júnior, presidente da Fenabrave, o mercado vem se comportando bem apesar da indefinição na política, mas não é possível prever os efeitos futuros sobre a economia.

    No início de julho, após contabilizar o impacto da paralisação dos caminhoneiros, a entidade que representa as distribuidoras revisou as previsões sobre as vendas em 2018. Antes, esperava alta de 12,3%, que foi revista para 10%.

    A Fenabrave ainda não anunciou se vai divulgar uma nova revisão.

    O segmento de motocicletas, um dos mais afetados pela crise, também está reagindo. As vendas aumentaram 8,4% no acumulado de 2018.

    Puxado pelo agronegócio, o setor de caminhões tem evolução mais vultosa. As 46,4 mil unidades comercializadas entre janeiro e agosto de 2018 representam alta de 50,8% sobre o mesmo período de 2017.

    A Fenabrave divulgou também dados sobre o setor de carros usados. Foram registradas 7,3 milhões de negociações no acumulado do ano, com crescimento de apenas 0,02% sobre o mesmo período de 2018.

    Ilídio dos Santos, presidente da Fenauto (entidade que reúne revendedores de veículos usados), diz que há evolução mês a mês, mas espera por dias melhores após as eleições.

    “Nossa entidade espera que, com a definição do resultado das eleições, possam surgir pontos de apoio para recuperação de perspectiva e consequente melhoria nos índices de confiança”, afirma Ilídio, em nota.