Fabricantes da Europa se manifestam contra possível aumento de taxa dos EUA

    [Fonte: Automotive Business]

    Governo de Donald Trump ameaça sobretaxar veículos europeus em 25% caso os países não adotem novo acordo comercial 

    As fabricantes de veículos na Europa manifestaram preocupação sobre a decisão do governo dos Estados Unidos em sobretaxar carros e autopeças importados da Europa para o mercado norte-americano, que estuda uma alíquota de 25% sobre os itens caso Estados Unidos e Europa não cheguem a um novo acordo comercial. Em nota, a Acea, associação das empresas na Europa, reforça que a medida afetaria gravemente a indústria não só da União Europeia, mas também a economia e os consumidores dos EUA, uma vez que aumentaria significativamente os custos de todos os fabricantes.

    Para a entidade, esse aumento de custo teria que ser mitigado pela redução de margens, de custos de produção ou ainda transferência de custos adicionais de compra e reparo para os consumidores. Tais medidas tornariam a indústria automobilística americana menos competitiva e atingiria os consumidores americanos em seus bolsos. A entidade aponta que essa imposição de tarifas teria um efeito contraproducente na economia dos EUA.

    “As importações de carros e autopeças da UE claramente não representam um risco de segurança nacional para os Estados Unidos”, afirmou em nota o secretário geral da Acea, Erik Jonnaert. “Quaisquer medidas restritivas ao comércio no nosso setor terão um impacto negativo sério, não apenas nos fabricantes da UE, mas também nos fabricantes dos EUA.”

    O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse na última quarta-feira, 20, que “se não fizermos um acordo, faremos as taxas. Estamos tentando um acordo. Eles são muito resistentes a fazer um acordo, a União Europeia.”

    As primeiras negociações não avançaram e acabaram em uma trégua enquanto começam uma nova rodada de discussões, sem que nenhum dos dois lados coloquem tarifas sobre o outro. Porém, Trump disse que já está analisando possibilidades, entre elas, um imposto de 25% sobre peças e carros importados da Europa. O documento ainda diz que estes produtos seriam designados como “ameaças à segurança nacional”. O presidente já havia mencionado anteriormente que estudava uma taxa do tipo, mesmo com fabricantes e governos na Europa e também da Ásia avisarem que uma medida dessas afetará a economia norte-americana e a indústria automotiva global.

    As montadoras europeias produzem cerca de 1 milhão de veículos nos Estados Unidos por ano, dos quais cerca de 60% são exportados. Ao todo, os fabricantes da UE empregam direta e indiretamente mais de 470 mil americanos.