Anfavea convoca ‘corrida contra o tempo’ por competitividade

    [Fonte: Notícias Automotivas]

    As montadoras instaladas no Brasil agora possuem um relógio, um contador de tempo trabalhando contra elas. Trata-se da redução gradual de imposto de importação para carros europeus, que deve começar a partir de 2021 e zerar daqui há 16 anos, pelo menos.

    Por conta disso, a Anfavea, entidade que reúne os maiores fabricantes de veículos do país, convocou seus membros para uma ‘corrida contra o tempo’ por competitividade, visto que a redução de tarifas surge como uma ameaça a indústria nacional nesse momento.

    Luiz Carlos Moraes, presidente da Anfavea, disse: “O (eventual) aumento da importação é uma ameaça, mas a gente tem que atacar isso”. O motivo é que os custos no Brasil são bem mais altos que em outras regiões, como o México e mesmo em relação à UE. Moraes explica: “O ‘gap’ (diferença) em relação à União Europeia certamente é muito maior”.

    Anfavea convoca 'corrida contra o tempo' por competitividade

    Para contornar o problema, as montadoras terão de tornar suas operações nacionais mais rentáveis, reduzindo os custos de produção, compras e mão de obra, tornando o carro nacional mais barato para ser competitivo na Europa. De acordo com um levantamento feito pela Anfavea em janeiro, o custo no Brasil é 18% superior ao do México.

    Outro dado aponta que o carro é 44% mais caro aqui do que no país latino, reconhecido exportador de automóveis e um dos principais produtores mundiais. No caso da Europa, ainda não se sabe o quanto o custo no Brasil é maior, a entidade não revelou, mas por ora, a representatividade das importações daquele bloco são pequenas.

    Hoje, 15,% das importações de carros são provenientes da Europa. O volume tende a subir com a redução de impostos, que começa em 2021 com cota de 32 mil carros para o Brasil (50 mil para o Mercosul todo) e assim, zerado nesse volume, nos sete anos seguintes. Depois, será cortado pela metade de forma geral e irá caindo até o 16º ano.

    Além disso, o Brasil já vislumbra outros acordos comerciais semelhantes com Japão, Canadá e Coreia do Sul. Também se fala em um acordo de livre comércio com os EUA, fato até indicado anteriormente pelos mexicanos no anúncio da produção do Novo Trax para o mercado americano na filial brasileira.